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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Os diversos lutos

IMAGEM :http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&source=hp&biw=1440&bih=712&q=imagem+luto&aq=f&aqi=g2&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=311e05ec4635811a


Quando ouvimos falar ou lemos a palavra LUTO de imediato podemos associar a imagens tristes e/ou a diversas outras palavras como, por exemplo: morte, morrer, perda, tragédia, ausência, raiva, medo, revolta, tristeza, depressão, entre outras. O luto é muito associado a perda de alguém, um familiar ou amigo querido. Apesar disso, muitas são as situações na qual deparamos com uma perda e a necessidade de sua elaboração, ou seja, da elaboração do luto. Esse momento de perda pode ser tão forte, que pode traz consigo uma avalanche de sentimentos, crenças e lembranças de outros lutos vividos, elaborados ou não.

Quando casamos, por exemplo, uma parte de nós é destinada ao 'morrer', mesmo vivenciando uma etapa da vida tão especial. Precisamos abrir mão daquele lugar de solteiro(a) para nós mesmos, além dos amigos, dos familiares e dos estranhos. Nossa identidade amplia com a qualidade de casado(a), porém, temos a 'dor' de 'perder' aquele lugar outro de solteiro(a) e muito do que é destinado ao mesmo. É uma forma outra de se colocar no mundo, de ser visto e de se relacionar.

O mesmo pode ser pensado sobre a separação na relação conjugal, que traz sofrimento e pode refletir em toda família ampliada. Casal e filhos se deparam com uma nova realidade, com novos papéis a serem exigidos e desempenhados, e muitos deles ainda não vividos. Há a perda do lugar de esposa para ex-esposa; dos filhos com os pais juntos para pais separados; do ritual do Natal, em que se espera que todos troquem presentes felizes, para uma casa um tanto vazia, entre outros.

Esse momento de separação requer tempo para elaboração de seu luto, que pressupõe a vivência de fases, para uma posterior organização interna e relacional. Isso exige esforço, dedicação e reflexões do que fomos, do que vivemos, do que fizemos, do que seremos, dos nossos objetivos, do nosso lugar na família e no mundo. Podemos também buscar o crescimento, apesar do novo causar confusão, sentimentos de ansiedade, medo e angustia. O desafio é lançado, poder redefinir uma nova postura de relação entre os pares, de exercer a parentalidade quando a conjugalidade foi rompida.

O luto e sua elaboração parece não ser o fim, mas sim, ser o começo. Seja no nascimento de alguém, na sua morte, na mudança de moradia, na escolha de uma profissão, no abandono de um ideal, ao se deparar com a impossibilidade da visão, audição ou do caminhar. São tantos os lutos que precisamos passar para sermos o que somos. E, quando bem vividos, muitas construções podem surgir, até mesmo, a criação de um lindo projeto, de mudanças de vida, de novas interpretações da realidade. Estar em relação pode ser um bom caminho para viver essas experiencias, pois ter uma rede social que nos apoia, que nos entende, é muito valioso.

Vida em relações...

Li

Um comentário:

  1. É isso aí, Lisandra!
    O luto é necessário para o reposicionamento, seja em situações tristes, desagradáveis ou de mudanças de status.
    É um tempo para re-significar a(s) identidade(s) e seguir.
    Beijos

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